segunda-feira, 25 de maio de 2015

Retrato da mente TDAH

A mente TDAH é semelhante a um salão de festa enorme cheio de janelas...
Para vê-la basta imaginar-se entrando num salão de festas enorme, vazio e cheio de janelas fechadas.
Agora, suponha que está andando de um lado para o outro no salão, sem conseguir fixar sua atenção num único lugar. Você simplesmente não consegue ficar sentado esperando algo ou alguém aparecer, seu corpo teima em andar, mas seu cérebro não se dá conta que está andando e de repente se assusta porque não sabe como foi parar na entrada do salão...
Contudo, logo quando seu cérebro começa a assimilar os movimentos do seu corpo no salão, as janelas começam a abrir sozinhas e você, sem pensar, sai correndo para fechar as 50 janelas...
O único problema é que as janelas, na verdade, são as distrações internas (pensamentos) e externas (barulhos, cheiros, imagens, sensações, pessoas, objetos, animais, plantas etc) que dificilmente são desprezadas pela mente TDAH.
Então, o cérebro de quem tem TDAH está sempre exausto, pois passa o dia inteiro tentando fechar janelas que não param de abrir.
Você pode dizer: basta deixá-las abertas, pra quê se cansar tanto correndo para fechar janelas que sempre voltarão abrir?
Simples, porque se eu não correr essa maratona de janelas a distração, impulsividade e hipertatividade irão me dominar e você vai me chamar de burra, preguiçosa, desinteressada, rebelde, impulsiva, desatenta, irresponsável etc.
Resumindo, eis o ciclo diário da minha mente TDAH:

Primeiro - atenção a tudo, mas sem fixar-se em nada;
Segundo - desatenção, a mente vaga a esmo, ela vê as janelas mas é como se elas não estivessem lá; Terceiro - cansaço e sono;
Quarto - a energia começa a voltar e você se anima e toma atitudes impulsivas;
Quinto -  sensação de que você pode fazer tudo, hiperatividade física e mental (enxurrada de ideias); Sexto - volte para a primeira etapa e complete o ciclo novamente, novamente, novamente...

Enfim, a diferença da mente TDAH para a que não tem, está na capacidade de ignorar estímulos internos e externos. A qual é exercida de forma natural e instantânea nas pessoas sem TDAH, pois nelas as "janelas internas" só serão abertas quando solicitadas e as "janelas externas" somente serão notadas se entendidas como relevantes. Ou seja, o estímulo de uma janela só vai atrapalhar o indivíduo se ele for grande, diferente do caso de quem tem TDAH em que o menor dos estímulos serão, quase sempre, indiscutivelmente notados.
Assim, enquanto eu terei 50 janelas para fechar no meu salão, quem não tem TDAH terá no máximo 7...
Lado positivo: pelo menos o meu salão será mais arejado e iluminado kkkkkk




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