terça-feira, 15 de abril de 2014

TDAH e o autorrespeito

O autorrespeito pode ser definido como o "Sentimento que leva um indivíduo a ter um comportamento ou atitude coerente com seus próprios valores, sua dignidade: O autorrespeito está intimamente relacionado com a autoestima." (Definição retirada do site http://aulete.uol.com.br/autorrespeito)
Então, se ter autorrespeito é ser coerente, acho que encontrei o motivo por ter uma autoestima tão baixa. Sempre me cobraram comportamentos impossíveis ou muito difíceis de serem cumpridos, o que, por conseguinte, me levou a um padrão de busca pelo erro zero. Nem preciso dizer que sempre me frustro né? E aí é que está a incoerência da coerência que tentei por anos seguir: pensava que se exigiam demais de mim também podia fazer isso com os outros, resultado: todos saem frustrados. 
Eu porque tenho limites mais baixos que o normal e fico com raiva por não conseguir fazer tudo certinho; os outros porque não entendem como posso ficar tão brava quando eles não têm atitudes tão "certinhas ". Fico uma fera porque eu tenho que me desdobrar para fazer o que fazem com facilidade e, ainda sim ficam com moleza.
Minha lógica: se não admitem meus erros, também não admito os deles.
A ironia é que tanto eu como eles estamos errados, não devemos cobrar atitudes dos outros, e sim sabermos nos posicionarmos quando algum ato nos prejudica. Ademais, somente nos somos capazes de saber se podemos ou não suportar alguns comportamentos ou cobranças.
Por tais motivos, tenho tentado selecionar mais as pessoas que estão a minha volta, até porque sei que se algo que possa me descontrolar acontecer os prejuízos serão meus, pois será eu quem pagará pelo preço de ficar calada (e tentar conter um enorme ataque de fúria) ou por falar coisas pesadas.
Então, a chave para fugir da cobrança da perfeição é ser coerente com os meus princípios e me admitir imperfeita, passível de erros, mas não menos que os outros por errar.
Ver que a exigência alheia é irreal se eu não concordar com ela, pois caberá a mim a escolha de sua pertinência. 
O poder está em minhas mãos, mas confesso que nem sempre lembro disto e acabo aprisionada à verdade alheia sobre mim. Por outro lado, quando tal poder é vislumbrado a sensação é de uma grande paz interior e respeito por mim!


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