terça-feira, 28 de março de 2017

Agradecimento aos seguidores do blog


 
Oi Eliene Alves, Thamires Araujoo, Bruno Greinet, Raisa Rodrigues, Maria Isabel Chaves e Júlio Gonzaga, desculpem a demora, típica de quem tem tdah...
Ando um pouco ocupada e numa nova fase da vida: acabei de ter uma filha!!!!
Minha vida está uma loucura kkkk
Estou muito feliz, mas como de costume, tenho algumas peripécias de tdah no roteiro dessa nova vida de mãe kkkk
Assim que tiver um tempinho conto para vcs.
Muito obrigada pelo carinho e pelas palavras de incentivo, me emocionei com elas. É bom saber que no meio de tanto caos, meu jeito destrambelhado ajudou alguém, fiquei estremamente contente e mais motivada!
Obrigada por me ajudarem tb com seus comentários!
Abs.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

TDAH e o silêncio da dor

Talvez devido ao excesso de filmes de superação que assisti na minha infância e pelo exemplo de vida de meus país, não gosto de me fazer de vítima e nem de lamentar, mas atualmente não tenho tido muito motivo para comemorar, então vem o silêncio...
Já faz um certo tempo que não escrevo, justamente por tal razão... Afinal, "quando não temos nada de bom a dizer é melhor ficarmos quietos"... E é o que mais tenho feito...
Não sei se é o silêncio que mais me incomoda ou se é o fato de não ter nada muito encorajador a dizer.  Pelo contrário, as notícias não são boas: mais uma vez tive que abandonar um projeto, e não estou gostando nada isso, pois já está virando rotina em minha vida...
Primeiro foram os concursos, agora o mestrado... que vergonha e quanta insatisfação...
Apesar de ter feito três artigos de opinião, que equivalem a trabalhos de conclusão de curso, não consegui finalizar minha dissertação...
Não sei o que é pior: não terminar o mestrado ou ver que meu trabalho, justamente por este motivo, tinha que ser concluído...
A ironia que minha dissertação tinha como tema: " Inclusão de políticas públicas de reconhecimento na educação superior como mecanismo de acesso à cidadania as pessoas com TDAH".
Viram o porquê da minha dupla frustração?
Enfim, quem sabe eu venha a publicar um livro com o que já escrevi ou talvez consiga um "salvo conduto" e seja liberada da exaustão mental que me aprisiona há anos kkkkkk
Quem viver verá kkkkkk ou não kkkkk vai saber o que a minha mente hiperativa vai decidir, não dá pra confiar muito não kkkkkk

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Retrato da mente TDAH

A mente TDAH é semelhante a um salão de festa enorme cheio de janelas...
Para vê-la basta imaginar-se entrando num salão de festas enorme, vazio e cheio de janelas fechadas.
Agora, suponha que está andando de um lado para o outro no salão, sem conseguir fixar sua atenção num único lugar. Você simplesmente não consegue ficar sentado esperando algo ou alguém aparecer, seu corpo teima em andar, mas seu cérebro não se dá conta que está andando e de repente se assusta porque não sabe como foi parar na entrada do salão...
Contudo, logo quando seu cérebro começa a assimilar os movimentos do seu corpo no salão, as janelas começam a abrir sozinhas e você, sem pensar, sai correndo para fechar as 50 janelas...
O único problema é que as janelas, na verdade, são as distrações internas (pensamentos) e externas (barulhos, cheiros, imagens, sensações, pessoas, objetos, animais, plantas etc) que dificilmente são desprezadas pela mente TDAH.
Então, o cérebro de quem tem TDAH está sempre exausto, pois passa o dia inteiro tentando fechar janelas que não param de abrir.
Você pode dizer: basta deixá-las abertas, pra quê se cansar tanto correndo para fechar janelas que sempre voltarão abrir?
Simples, porque se eu não correr essa maratona de janelas a distração, impulsividade e hipertatividade irão me dominar e você vai me chamar de burra, preguiçosa, desinteressada, rebelde, impulsiva, desatenta, irresponsável etc.
Resumindo, eis o ciclo diário da minha mente TDAH:

Primeiro - atenção a tudo, mas sem fixar-se em nada;
Segundo - desatenção, a mente vaga a esmo, ela vê as janelas mas é como se elas não estivessem lá; Terceiro - cansaço e sono;
Quarto - a energia começa a voltar e você se anima e toma atitudes impulsivas;
Quinto -  sensação de que você pode fazer tudo, hiperatividade física e mental (enxurrada de ideias); Sexto - volte para a primeira etapa e complete o ciclo novamente, novamente, novamente...

Enfim, a diferença da mente TDAH para a que não tem, está na capacidade de ignorar estímulos internos e externos. A qual é exercida de forma natural e instantânea nas pessoas sem TDAH, pois nelas as "janelas internas" só serão abertas quando solicitadas e as "janelas externas" somente serão notadas se entendidas como relevantes. Ou seja, o estímulo de uma janela só vai atrapalhar o indivíduo se ele for grande, diferente do caso de quem tem TDAH em que o menor dos estímulos serão, quase sempre, indiscutivelmente notados.
Assim, enquanto eu terei 50 janelas para fechar no meu salão, quem não tem TDAH terá no máximo 7...
Lado positivo: pelo menos o meu salão será mais arejado e iluminado kkkkkk




terça-feira, 5 de maio de 2015

Sonho ou alerta?

Hoje tive um sonho que, pelo conteúdo, começo a acreditar que tenha sido um recado do meu inconsciente.
Nele, eu e meu marido estávamos no consultório do meu psiquiatra e, este dizia ao meu marido:
"Você não sabe que a Aline é vida? Que ela precisa de coisas corporais como a dança para ser livre e feliz? Você quer que a Aline continue sendo aprisionada? Você sabe muito bem o que ela precisa e o que faz mal a ela e, porquê você evita isso? Você tem que decidir qual Aline você quer!"
Ainda no sonho, quando estávamos indo embora, me vi carregando uma maleta tão pesada que tinha que fazer um esforço sobre-humano para levá-la, o peso fazia que minhas costas ficassem encurvadas. Ai o médico me perguntou: "por que não pede ajuda? Respondi: porque pedir ajuda me traz tantos aborrecimentos e discussões que prefiro continuar carregando a mala sozinha."
Ao acordar lembrei do sonho e tive certeza de que tudo o que foi dito pelo médico, na verdade, era o que eu mesma estava querendo me dizer.
Então, no sonho, o médico e o meu marido apenas serviram para que eu pudesse ver o meu conflito de longe, como uma terceira pessoa.
Agora só preciso saber como pôr em prática esse grito de alerta que, inconscientemente, fiz a mim.
Acho que preciso levar a sério, mas por outro lado, tenho que terminar projetos que demandaram muito esforço para ficarem inacabados.
Resultado: vou ter que arrastar essa mala até o final do ano, será que minha coluna aguenta? Qualquer coisa eu a coloco num carrinho pra ajudar kkkkk Basta ser criativa né! Kkkk




domingo, 19 de abril de 2015

Consequências reflexas do TDAH/DPAC: ausência de amor próprio

"Quem se ama, se respeita e se aceita e, consequentemente, ama, respeita e aceita o outro como é.
Por isso, quando me amo não espero nada do outro, pois nada me falta já que me amo.
Nesta visão, não é justo esperar ou criar expectativas sobre alguém, porque isso mantém o círculo vicioso e infantil de ser para os outros sem ser para si." Aline.

Cada vez mais passo a acreditar e ter certeza que muitos dos meus problemas são fruto da falta de amor próprio.
Ai vocês podem perguntar: você não se ama?
E minha resposta será depende, há coisas em mim que admiro, outras apenas não rejeito, porém existem algumas que escondo até de mim e o TDAH e o DPAC são duas delas.
Penso que antes de eu ter o diagnóstico e tomar consciência destas doenças era até "justificável" rejeitar esta parte em mim, para não ser rejeitada pelos outros. Contudo, hoje, com as informações que adquiri sobre a doença é ainda "válido" continuar me negando para ser aceita?
Acredito que não, mas também tenho que ser bondosa comigo e ver que não mudarei minhas crenças num piscar de olhos... afinal foram anos acreditando que alguns de meus comportamentos estavam ligados ao meu caráter, quando na verdade, à época não tinha condições de agir diferente.
Por anos, correlacionei a correção de meus atos com a satisfação alheia, isto é, se as pessoas ficam felizes com o que fiz agi certo, se não gostam agi errado...
Isto foi fazendo com que a minha opinião sobre o certo e errado fosse totalmente desconsiderada...
É claro que quando somos crianças precisamos deste referencial, o que acontece, é que na fase adulta, por termos nos acostumado a pautar nosso julgamento na reação alheia, continuamos reproduzindo este ciclo vicioso e isso não acaba nada bem...
Até que descobrimos que temos um transtorno (TDAH) e um déficit (DPAC) que justifica o porquê de termos nos tornado nosso pior inimigo... quantas vezes nos odiamos por não conseguir ser igual ou fazer a mesma coisa que outras crianças? Tenho certeza que todos responderão: quase sempre e, que isso continua acontecendo na fase adulta: por quê não consigo ser igual a todo mundo?
A resposta é óbvia e dolorosa, porque ninguém é igual, mas por quê mesmo sendo todos diferentes a maioria consegue fazer tranquilamente o que eu quase "morro" pra fazer?
A resposta que esquecemos de nos dar: porque tenho TDAH e DPAC! Simples assim.
O que não é tão simples é aceitar com amor e respeito algo que você não escolheu ter, mas que vai lhe acompanhar para sempre. Então, o que nos resta é lutar contra as falsas crenças que  conseguiram retirar de nossos corações nosso principal aliado: o amor próprio!
Precisamos resgatar nossa essência e aceitar nossas limitações e, voltar a acreditar que somos pessoas com qualidades e não só com defeitos (como passamos a acreditar).
Mas, para isso, precisamos reaprender avaliar nosso ser com olhos misericordiosos e amorosos, para que sejamos fortalecidos pelo amor próprio e possamos nos defender e impor o nosso jeito, sem culpa ou medo de rejeição.
Porque a rejeição mais perigosa é a de si, pois se me aceito a rejeição do outro fica no outro, não permito que ela me faça mal e, ainda ganho forças para combatê-la se for injusta moralmente e juridicamente.
Sei que é um longo caminho, mas o importante é dar o primeiro passo e seguir...
Acredito que nem todos que leem meu blog são católicos e, eu não tenho nada contra isso, respeito à religião de todos, pois para mim a verdadeira religião é a que te faz uma pessoa melhor.  Mas, achei muito boa essa pregação do Padre Fábio de Melo, pois ela fala mais ou menos o que tentei dizer aqui.

Padre Fábio de Melo -  Amar se para amar - Pregação Completa
amar-se para amar