quinta-feira, 28 de março de 2013

A eterna briga entre o tempo esperado e o gasto...

Hoje decidi que iria, finalmente, organizar meu blog em uma hora e depois me ateria as atividades do mestrado... doce ilusão...
Resultado do jogo: 3 horas para organização e nenhuma para minhas obrigações.
Vencedor do jogo: hiperfoco, vulgo procrastinação.
Humor da jogadora hoje: alegre e leve.
Sentimentos da jogadora daqui uma semana: culpa e vergonha.
Aff esse clico cansa!
Como evitar a futura decepção? Sendo organizada...
Mas quer saber, deixa o futuro pro futuro, hoje ainda vou curtir um pouquinho essa sensação de liberdade e ausência de responsabilidade kkkkkk

Entrevista SÉRIA E BRILHANTE sobre o tdah

Na edição do @Saúde, o colunista Jairo Bouer conversa com o médico psiquiatra infantil César de Moraes, mestre e doutor em saúde mental pela Unicamp e professor-assistente de psiquiatria da PUC-Campinas, sobre transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Para assistir a entrevista completa clique no link abaixo:

http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/saude-medico-fala-sobre-o-aumento-do-diagnostico-de-tdah-04020C18366ACC994326?types=A&

quinta-feira, 21 de março de 2013

Decidi postar este texto da superinteressante, porque muitos portadores de TDAH têm comorbidade com o DPAC.



                                                    DPAC

Audição - Distraído pelo barulho

Desatenção e notas baixas na escola não são sinônimo de falta de inteligência. Às vezes o problema está na incapacidade de lidar com barulho, mas poucos médicos sabem disso.
por Fábio Peixoto

Por mais que estudasse, a paulista Glaudys Garcia não tirava notas maiores que 4. A mãe e os professores se esforçavam para lhe ensinar coisas simples, mas ela não prestava atenção em nada. Era insegura, distraída, tinha medo de falar ao telefone e não se concentrava nos livros. Acabou se isolando dos colegas. Depois de passar por vários médicos e psicólogos, sua mãe tentou um último recurso: levou-a a uma fonoaudióloga. Em três meses Glaudys estava curada. Hoje ela tem 13 anos e no seu último boletim não há nenhuma nota menor do que 6.
Pode parecer estranho, mas o problema era de audição. A menina, assim como outras centenas de milhares de crianças, sofria de desordem do processamento auditivo central, ou DPAC, um distúrbio reconhecido há apenas quatro anos que raramente é diagnosticado pelos médicos, mas pode estar afetando milhões de brasileiros. Em geral, a disfunção surge da falta de estímulos sonoros durante a infância. As estruturas do cérebro que interpretam e hierarquizam os sons se desenvolvem nos treze primeiros anos. Até essa idade, as notas musicais, as palavras e os barulhos vão lentamente nos ensinando a lidar com a audição. Justamente nessa fase, Glaudys pode ter tido problemas no ouvido que atrapalharam a entrada de sons. Acabou formando mal o seu sistema auditivo. Todos os inconvenientes pelos quais passou eram conseqüência disso.
Um dos principais sintomas da DPAC é a dificuldade em manter a concentração num ambiente ruidoso. “Quem sofre desse mal não consegue prestar atenção em uma coisa só”, diz a neurologista Denise Menezes, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Na sala de aula, não separa o que a professora diz do latido de um cachorro do lado de fora”, acrescenta.
A DPAC é comum nas grandes cidades, onde o barulho excessivo prejudica a percepção de estímulos sonoros e a poluição provoca alergias que bloqueiam a orelha com muco. Crianças que têm inflamações freqüentes nos ouvidos também podem sofrer da desordem. O pior é que, por ser pouco conhecida, a DPAC costuma ser confundida com falta de inteligência ou com alguma deficiência mental. Mas, como mostra o caso de Glaudys, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

O mundo é barulhento demais

Para uma vítima de DPAC, o mundo se transforma numa interminável confusão de barulhos desconexos e embaralhados de onde é quase impossível pescar os sons que realmente interessam (veja infográfico). O ar-condicionado vira um zunido infernal que se sobrepõe às vozes dos outros. O telefone torna-se uma máquina indecifrável, porque o cérebro não consegue decodificar a fala do interlocutor em meio à distorção normal de qualquer ligação. Também não é fácil entender a entonação das frases. Uma pergunta pode soar como uma afirmação e uma ironia acaba parecendo a frase mais séria do mundo. Os amigos acabam se afastando, já que ninguém gosta de conversar com alguém que não entende o que os outros dizem.
A fala também é prejudicada. “Os processos de linguagem se desenvolvem ao mesmo tempo que os de audição”, explica a fonoaudióloga Liliane Desgualdo, da Universidade Federal de São Paulo, pioneira no diagnóstico da DPAC no Brasil. “Uma criança pode não aprender a falar bem se não souber lidar com os sons.” A leitura acaba igualmente afetada. “Mesmo num lugar silencioso, uma pessoa com DPAC encontra problemas em entender um texto porque, para tanto, é necessário associar as palavras ao som que elas têm”, conta a psicopedagoga Ana Silvia Figueiral, de São Paulo. Todo esse esforço para realizar atividades corriqueiras é demais para o cérebro. Chega uma hora que ele não resiste e “desliga”. Por isso, as vítimas do problema são sempre muito distraídas.
Enfim, tudo se torna uma tarefa dura. O ouvido até percebe os sons, mas o cérebro, iludido pela falta de estímulos na infância, não sabe o que fazer com eles. Os médicos geralmente não percebem a disfunção porque ninguém desconfia que sintomas tão variados possam estar todos ligados à audição, menos ainda quando constatam em exames que o ouvido funciona normalmente. E, se o diagnóstico não é feito, não há como curar (veja quadro à direita).

                       Reaprendendo a escutar

A DPAC só foi reconhecida nos Estados Unidos em 1996, quando a Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição chegou a um consenso sobre seus sintomas e suas formas de tratamento. Ainda se sabe pouco sobre as causas – a falta de estímulos sonoros está entre elas, mas suspeita-se também de razões genéticas e de má alimentação. “Uma coisa é certa: a desordem está relacionada à classe social”, afirma Liliane. Ela fez uma pesquisa em colégios de São Paulo e constatou que, nas escolas particulares, entre 15% e 20% das crianças têm DPAC em algum grau. Nas escolas públicas, onde há uma proporção bem maior de alunos pobres, o índice chega a alarmantes 70%. A razão disso é que crianças mais pobres geralmente ouvem menos música, têm mais inflamações no ouvido, menos acompanhamento de pediatras e psicólogos e se alimentam pior, o que também pode prejudicar a formação do sistema auditivo. Infelizmente, a imensa maioria delas carrega esse estorvo para a idade adulta sem ao menos desconfiar que a cura pode estar ao alcance da mão.

                                Para Saber Mais

Processamento Auditivo Central – Manual de Avaliação, Liliane Desgualdo Pereira e Eliane Schochat, Editora Lovise, São Paulo, 1997.
fpeixoto@abril.com.br

                                    Algo mais

Se um bebê toma mamadeira deitado, existe a perigosa possibilidade de o leite ser acumulado atrás dos tímpanos, prejudicando o desenvolvimento das vias auditivas. Todo o cuidado é pouco, porque a capacidade de receber sons se forma até os 2 anos.

                           A culpa é do ouvido

Alergias na infância podem acabar prejudicando a atenção e o desempenho escolar.

                               Mal urbano 

Nas grandes cidades é comum crianças terem alergia causada pela poluição. Dependendo do caso, o muco se acumula atrás dos tímpanos. Essa é uma das causas de problemas no processamento auditivo.

Lápis insuportável

Quem teve problemas de audição na infância pode ficar com os neurônios do tronco cerebral mal conectados. O resultado é que sons triviais, como o de um lápis que cai, tornam-se insuportáveis. Fica impossível concentrar-se numa prova.

Anos cruciais

Até os 7 anos, se desenvolve a parte auditiva do tronco cerebral, importante para localizar a origem dos sons e notar um barulho entre vários.

Bem formado

Aos 13 anos, um menino saudável completa o desenvolvimento auditivo. Os neurônios de suas estruturas já são muitos e estão bem interligados.

Tudo é difícil

Situações banais viram obstáculos para um deficente auditivo.

Sem graça 

Por não notar sentidos escondidos, o deficiente auditivo é incapaz de entender muitas piadas.

Falso rebelde

Na escola, como ele não é capaz de ordenar os sons, fica difícil entender as aulas. O professor muitas vezes acha que o menino desafia sua autoridade, pois não consegue seguir atividades simples.

Onde está?

Vítimas do distúrbio não conseguem saber de onde vem um som. É que o cérebro não pode calcular sua origem, uma operação que exige o processamento simultâneo do que ouvem os dois ouvidos.

O que faço?

O menino deficiente não sabe o que fazer com a bola porque não consegue entender o que os colegas gritam. Ele se desconcentra nos momentos que exigem a hierarquização dos sons.

Como funciona o tratamento


Apesar da gravidade do problema, a DPAC tem cura.
Uma das principais responsáveis pela pesquisa da terapia para o distúrbio no Brasil, a fonoaudióloga Liliane Desgualdo conta que o tratamento consiste em dar às pessoas os sons que elas deveriam ter ouvido durante as fases de desenvolvimento do processamento auditivo. Mesmo após os 13 anos, as áreas auditivas do cérebro podem ser aperfeiçoadas, desde que sejam submetidas a uma grande quantidade de estímulos. Uma das atividades é fechar o paciente em uma cabine e submetê-lo a vários sons misturados, acustumando-o aos poucos a distinguir um do outro. A terapia dura de seis meses a um ano.
A equipe de Liliane, uma das poucas especializadas no assunto no país, tem conseguido curar 80% dos pacientes que chegam às suas mãos – dos 20% restantes, pouquíssimos não apresentam alguma melhora.
Além do tratamento fonoaudiológico, é importante que haja também um acompanhamento psicopedagógico. "Os maiores danos da DPAC são na auto-estima. Depois de curado, um sujeito pode ainda se achar incapaz", alerta Ana Silvia. Afinal, não é fácil para um ex-paciente se acostumar com a idéia de que é inteligente depois de ter passado décadas acreditando que não é.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Minha companheira de todas as horas: EXAUSTÃO

Estou sem ar, sem ânimo e sem motivação; simplesmente cansada...
Como é difícil estar com a cabeça a mil e não produzir sequer uma coisa?
Meu corpo quer ficar parado e minha mente deseja correr uma maratona...
É às vezes canso de estar cansada e tenho vontade de parar tudo, mas fico só no desejo até porque como uma mente tdah pára?
Porque exijo tanto de mim?
Porque superar se sempre acabo no mesmo abismo?
Dizem que os verdadeiros vencedores não são aqueles que não caem, mas os que sabem se levantar... ai me pergunto: até quando terei forças para me reerguer, se hoje tenho 32 anos e me sinto como um idosa de 90 anos?
Não quero muita coisa, apenas minha saúde de volta.
O que mais preciso fazer para recuperar minhas energias?
Não sei, mas tenho que descobrir urgentemente...



sábado, 16 de março de 2013

Direitos dos portadores de tdah adulto em provas e concursos

Encontrei uma liminar do STF que garantiu ao portador de tdah o direito de ser enquadrado com portador de necessidade especial num concurso público.

Outro direito que considero relevante é o de ter uma hora mais de prova, muitos vestibulares já concedem tal possibilidade aqueles que comprovarem ter tdah.

Segue abaixo parte da decisão citada acima:

DECISÃO CONCURSO PÚBLICO – VAGAS ESPECIAIS – MANDADO DE SEGURANÇA – RELEVÂNCIA DEMONSTRADA – RISCO DE MANTER-SE O QUADRO – LIMINAR DEFERIDA. 1. A Assessoria prestou as seguintes informações: Alan Reis de Menezes formalizou mandado de segurança preventivo, em causa própria, com pedido de liminar, contra ato do Procurador-Geral da República. Segundo narra, inscreveu-se no 26º concurso para provimento de cargos de Procurador da República e almeja concorrer às vagas destinadas a portadores de necessidades especiais, em virtude de apresentar transtorno decorrente de défice de atenção e hiperatividade (TDAH). Aduz ter realizado a inscrição para as referidas vagas no concurso antecedente, pleito que foi indeferido pela autoridade coatora. Daí formalizar impetração preventiva no certame em curso. Junta atestado médico, emitido por psiquiatra, para comprovar a condição psicológica. Sustenta haver sofrido prejuízo com o diagnóstico tardio da doença e ser obrigado a ingerir remédios controlados por prazo indefinido. Argumenta que o mencionado transtorno encontra-se enquadrado nos artigos 3º, cabeça, e 4º, inciso IV, alíneas “f” e “h”, do Decreto nº 3.298/99 e também no Decreto nº 6.949/2009. Articula com a inobservância da reserva de vagas, no que visa beneficiar as pessoas com deficiência. Colaciona decisões de diversos Tribunais a respeito do direito a obter do Estado medicamentos para tratar da doença. Alude ao artigo 37, inciso VIII, da Carta Federal bem como à existência de convenção internacional voltada à proteção dos portadores de deficiência. Sob o ângulo do risco, reporta-se à possibilidade de ser enquadrado como candidato de ampla concorrência, do que decorreria a potencialidade de exclusão do concurso em face da pontuação. Postula a concessão de medida acauteladora para determinar ao impetrado que defira a inscrição com a qualidade de portador de necessidade especial. No mérito, requer a confirmação da providência. O processo encontra-se concluso para apreciação do pedido de liminar. 2. Eis situação concreta a ensejar a atuação precária e efêmera do relator como porta-voz do Colegiado. Impõe-se o implemento, com os riscos próprios, da liminar pleiteada, ficando, com isso, viabilizada a inscrição do impetrante quanto a vagas reservadas a portadores de necessidades especiais. 3. Defiro a medida acauteladora. 4. Solicitem informações à autoridade impetrada. 5. Colham o parecer do Ministério Público Federal, visando o julgamento definitivo da controvérsia. 6. Publiquem. Brasília – residência –, 5 de dezembro de 2011, às 12h55. Ministro MARCO AURÉLIO Relator

TDAH no fantástico: um fiasco

Sei que muitos gostaram da matéria do fantástico sobre tdah, mas eu não e explico o porquê:
O tdah é muito mais avassalador que o mostrado na matéria, pelo menos o meu é.
Ora, eu concordo que podemos ter destaque na nossa profissão, como foi mostrado no caso do professor, mas deixaram de dizer o quanto essa conquista nos é cara.
Sinceramente, não entendi como alguém descobre que tem tdah há 2 meses consegue ser um excelente profissional sem ter adquirido comorbidades ou ficado doente. Para mim isso é surreal...
Dizer que o único problema dele é ter que organizar a semana? Gente, atualmente esse problema é de todos, tdah ou não; quem não tem inúmeros compromissos e vive na correria? não conheço.
Na real, acho que o professor quis se preservar e não o culpo por isso, mas só quem teve que se esquecer para conseguir estudar sabe do que estou falando.
Enfim, infelizmente minha luta não é só pra esquecer o horário da consulta médica...
E o pobre do menino que por simples preconceito da mãe e medo deixou de ser diagnosticado com tdah, aff... Aquela parte que mostra ele na sala de aula respondendo errado na maior convicção do mundo lembra muito minha vida no colégio, era cruel... me esforçava tanto para fazer o exercício que quando terminava estava tão eufórica que queria responder mostrar logo para professor minha resposta e, de repente, vinha tremendo balde de água: tá errado, como sempre...
É acho que a minha desconcentração impediu de ver a matéria de outro jeito...


domingo, 10 de março de 2013

A caixa preta do TDAH

Há alguns dias venho me questionando sobre os principais sintomas do TDAH e DPAC que não vão embora, por mais que eu tente...
Ao longo da vida, aprendi sozinha como lidar com eles, mas não a expulsá-los ou exterminá-los...
Agora, na fase adulta, venho contando com ajuda profissional e especializada e tentando aprender novas formas de lidar com esse transtorno...
Mas pergunto: como amenizar algo que é denominado como transtorno ou distúrbio?
Como lidar com algo que significa pertubação, desconcerto, prejuízo, contratempo, desarranjo, desordem?
A resposta, neste momento, me parece lógica: aceitando tal desordem e prejuízo como normais. Afinal, se o desarranjo é algo contínuo e ordinário na nossa vida, para nós ele é normal.
Então, o anormal seria a ordem em nossas vidas... e só nós sabemos como é difícil e exaustivo transformarmos algo anormal para gente, mas comum para os demais, em normal.
E essas inúmeras tentativas em aparentar ser normal nos torna cada vez mais distantes do anormal, mas no fundo sabemos que nunca seremos normais.
Por outro lado, se pensarmos bem, o normal é ser diferente, ninguém é igual a ninguém.
E, justamente por isso, que temos que entender que por seremos diferentes precisamos de coisas diferentes para despertarmos o nosso potencial.
Por isso, gostaria de contar com a colaboração de todos para tentarmos facilitar a vida dos tdah e dpac adultos.
Postem suas principais dificuldades no trabalho e faculdade, para podermos identificar a melhor forma de rendermos.
Vamos nos unir para incluir!
Chega de tdahs e dpac excluídos da vida acadêmica e profissional!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Direito ao autoconhecimento: educação para a diversidade

 

 Encontrei meu tema para dissertação de mestrado nesta frase brilhante divulgada no site da UFRGS (http://www.ufrgs.br/acoesafirmativas):

."..temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades."
 
Acredito que o Brasil, como um país pluralista e de grande diversidade cultural, precisa estimular e incentivar as diferenças, afinal elas são a regra e não exceção nesta terra brasileira.
Nem todos têm a mesma habilidade, o ideal é que cada criança tenha contato desde cedo com suas habilidades e dificuldades; o direito ao autoconhecimento é uma forma de se evitar desperdício de talentos, o que não significa que ela será obrigada a seguir suas aptidões. Mas, ao menos terá condições na juventude de escolher, conscientemente, o melhor caminho a seguir.
Estou aceitando sugestões.
Abraços a todos!