Às vezes simplesmente não sei se ganhar a queda de braço da minha desatenção é uma vitória... como concentrar me cansa...
Focar em algo não é natural para mim e o filtro que a ritalina construiu artificialmente foi derrubado com toda força pela exaustão.
Minha teimosia sempre me leva ao mesmo lugar: esgotamento.
Sinceramente, não sei mais o que fazer... coisas mínimas do dia à dia são enormes batalhas para mim, como lidar com toda essa limitação?
Há dias tenho a sensação de que minha cabeça encolhe e começa a espremer meu cérebro e nessas horas críticas não há santo que me faça voltar para a terra. O mais assustador é que neste período nem minha imaginação consegue sobreviver, é como se meu corpo clamasse pela solidão.
O cansaço é tão grande que um milagre acontece: não quero pensar em nada e meu cérebro também rejeita qualquer tentativa de pensamento.
Enfim, fico me perguntando se essa luta sempre vai acabar assim?
Será que sempre serei derrotada por mim mesma?
Será que a persistência e a determinação nunca me trarão prêmios justos, sem o brinde de uma nova doença?
Já superei muitas coisas, mas às vezes tenho a impressão de que o preço pago por tamanha coragem é alto demais: minha saúde.
Não sei se o fato de viver como se não estivesse doente é que me traz mais doença... Mas, faço isso porque lembrar diariamente da fragilidade de meu corpo é uma pena pesada demais para quem sempre foi uma espoleta.
Essa vida de extremos e as queda de braço para sair de um lado para o outro é uma constante, por mais que eu tente viver no meio termo, são nas extremidades que encontro a adrenalina suficiente para me manter firme e perseverante.
Acho que nisso sou diferente de alguns portadores de tdah, pois não consigo abandonar o que gosto, mesmo que isso me faça mal.
Minha paixão que sempre foi o combustível necessário e suficiente na superação de desafios, terá que ser somado a outros aditivos, pois cada obstáculos exigirá uma estratégia diferente. E este é o maior desafio do tdah: conseguir focar na situação atual e ver que algo mudou.
Terei que me reeducar constantemente e aceitar que a linha de chegada vai ser cada vez mais distante e que algumas vezes terei que caminhar nessa longa maratona.
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