domingo, 16 de dezembro de 2012

O direito de ficar SÓ

Ultimamente tenho sentido a necessidade de ficar SÓ.
É engraçado como esse meu desejo é ignorado e transformado numa espécie de EGOÍSMO cruel. Sempre tenho que repetir: você se esqueceu que estou esgotada? Você sabe que não quero gastar o pouco da bateria que me resta em socializações!
Ai, meu fiel escudeiro, me diz: é só um poquinho, coitado de fulano, lá você distrai...
E eu respondo: e de mim você não tem dó? Tô cansada de repetir que estou doente, mas não gosto de agir com tal e que se eu for em tal lugar terei que fingir estar bem, forçar para me concentrar na conversa sem me distrair com o barulho do passarinho lindo que acabou de passar...
Enfim, não dá.
O pior é a armadilha que criam para você não ter como fugir, seria cômico se não fosse trágico.
Imagina que hoje, fui acordada com a seguinte frase: "estou indo na casa dos meus pais e depois passo aqui para lhe buscar, pois seu irmão está fazendo um churrasco no sítio e como sua mãe não coube no carro dele e ele nos convidou para ir lá e a levar."
Fiquei furiosa. Primeiro que esse churrasco é daqueles em que temos que fingir ser a conhecida família de comercial de margarida, o que me força a ter que vestir a armadura.
Segundo porque, pra variar, meu irmão abusou do meu excesso de BOM SENSO para resolver um problema para ele: levar minha mãe. Ele sabe que pode contar comigo, mas se o churrasco fosse meu e eu tivesse que contar com ele para levar minha mãe, pode ter certeza que ela não iria. Nem no meu chá bar ele foi...
Terceiro porque o fato de minha mãe estar sozinha em casa, deu a certeza a ele de que eu irei no churrasco.
É família e, família a, FAMÍLIA! kkkkkk
Mas, pra surpresa geral da nação, exclui a parte dramática da situação e fiz o óbvio: liguei para minha mãe e perguntei se o carro dela estava lá; após ela dizer que sim, falei para ir com ele para o churrasco porque eu não iria. Simples assim!

As armadilhas da culpa e a armadura

Aff, é impressionante como a criação de uma armadura quadrada para meu corpo sem forma definida tornou-se pesada demais... Sinto o preço de ter me tornado apática aos meus sentimentos e supervalorizado os dos outros...
Hoje percebi o quanto terei que repetir para as pessoas que a velha Aline (artificial e morna) se foi...
Sei que estou entrando numa nova guerra, mas também sei que essa será mais fácil de ser vencida. Pois nela não irei lutar para mudar meus sintomas do tdah ou do dpac, mas sim para AVISAR, aos desavisados, com todas as LETRAS: que não irei mais dessistir de mim!
Chega de agradar só para não me sentir culpada!
Não vou mais aceitar as penas desleais e irreais criadas pelo egoísmo alheio.
Não vou permitir a invasão ao meu coração, minha voz interior é quem vai comandá-lo. Chega de sufocá-lo com a dó da solidão dos outros!
CHEGA!
BASTA!
Quem quiser me amar ou ter minha companhia que aceite minhas limitações, não vou mais ignorá-las!
É lógico que o bom senso não irá me abandonar, pois ele nunca me deixou. Mas, tenho certeza que a falta dele nos outros será, com TODO PRAZER, a chave para libertá-lo de mim.
Assim, por questão de sobrevivência adotarei as seguintes regras:
GENTILEZA gera GENTILEZA;
FALTA de BOM SENSO gera FALTA DE BOM SENSO.
Resumindo: olho por olho e dente por dente!
É, acho que Talião nunca foi tão genial para mim! kkkkkkk

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Essa música é de arrepiar, bora passar um cotonete nas pessoas e tirar a cera que as impede de ouvir bem? (Roberto Carlos - Todos estão surdos)


Alegria e Amor: remédios eficazes

As doenças acometem meu corpo há mais de 10 anos, mas há 31 anos tenho as curado com muita alegria e amor. É bom saber que, apesar de muitos defeitos, tenho a qualidade da alegria. Pode até ser que meu jeito palhaço tenha sido uma forma de defesa para mascarar o tdah e dpac; mas é fato: amo ser rotulada como sarrista e humana.
Aos 31 anos, beirando os 32, posso afirmar que tenho orgulho das decisões que tomei, das guerras que enfrentei e da alegria e amor que levei. Não foi e nem é fácil, pois num mundo tão egoísta e egocentrico "ter bondade é ter coragem" (Renato Russo).
Ainda tenho esperança em cumprir meus projetos idealistas, sei que as doenças não vão me vencer, sou maior que elas; e o meu guia  (Deus) então as deixa no chinelo. kkk
O que é mais contraditório é a necessidade de isolamento para o meu fortalecimento e futura concretização de meus sonhos que envolvem multidões.
Então, para aqueles que estão dodoi eu receito: ALEGRIA pelo menos 3 x ao dia e AMOR próprio e aos outros de hora em hora!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O lado bom do tdah

Pode parecer bobagem, mas tudo na vida tem pró e contra. Minhas maiores qualidades são consequência de uma mente tdah. Por incrível que pareça, minha perseverança e determinação são fruto da resiliência caracteristica dos tdahs. O amor ao desafio e a busca pela superação me engrandecem. É claro, que sempre me descabelo e fico exausta... mas, a tal da hiperatividade não me deixa ficar sem adrenalina por muito tempo.
É engraçado...o tdah que me deixou doente foi o mesmo que ajudou a me reerguer. Descobri que ele pode ser um vilão, mas que também é um grande aliado. E digo isso com conhecimento de causa, pois se a vida não tivesse exigido de mim a força de um leão desde criança, não sei se conseguiria estar deixando para trás a fraqueza física e dores deshumanas causadas pela fibromialgia. A felicidade desfrutada por mais uma SUPERação é imensa!
Obrigada meu Deus por manter minha mente sã durante todo esse turbilão que tenho passado e, sou grata mais ainda por me carregar no colo por tanto tempo!



sábado, 8 de dezembro de 2012

Compre 1 e leve 2

Hoje estou de saco cheio... sabe aqueles dias que nem você se aguenta? O pior de tudo é que vou passar o dia com uma pessoa incoveniente, manipuladora, dissimulada, egocentrica, má e que sabe que não a tolero, mas faz questão de ficar tentando conversar comigo. Sabem aquelas bruxas más de contos infantis? Essa pessoa as deixa no chinelo.
Essa situação se enquadra perfeitamente nos ditos populares de que nada na vida vem de graça ou de que não há bonus sem ônus, pois ela veio no pacote que escolhi. Sabe aquelas promoções compre 1 e leve 2? Foi exatamente assim. kkkkkk
Fazer o quê né? kkkkkk

domingo, 2 de dezembro de 2012

SUPER AÇÃO

Frequentemente me pergunto porque tenho que lutar tanto... e logo vem a resposta: é porque você não consegue ficar parada!
Aff, é impressionamente como me entendio fácil, odeio ficar trancada dentro de casa vendo o dia passar... Para mim, a vida só tem graça quando está em movimento! E justamente por sempre querer a SUPER AÇÃO, tenho que contar com a superação todos os dias...
Minha atual SUPER AÇÃO é ignorar as dores e cansaço que dominam meu corpo... finjo que elas não estão ali. Passo metade do dia deitada tentando reencontrar minha essência: a energia. Na outra parte do tempo coloco a armadura para trabalhar e durmo com ela para tentar acordar desse pesadelo que me enlouquece.
Odeio saber que estou na zona de conforto, mas também tenho raiva de não saber como sair dela, afinal tenho contas para pagar...
Estou com raiva de mim... não sei porque as coisas chegaram a este ponto... tenho vontade de GRITAR para ver se essa vida de comercial de margarina vai embora...
Me sinto tão confusa... é cansativo viver no mundo que se diz adulto. Minha alma é de menina, mas tenho muito mais bom senso que a maioria dos adultos que conheço.  E acho que esse bom senso vai ter que ser desligado um pouco para que eu consiga mais uma SUPERAÇÃO e consiga mandar essa fibromialgia para o quinto dos infernos! kkkkkkk
Torçam por mim! kkkkkk

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O clube da Insônia

Já são 04:31 da manhã e não consigo dormir... quando fui deitar as 24h estava com sono, mas meus pensamentos não!
Às vezes tento ignorá-los, mas tb gosto escutá-los de vez em quando; vai que descubro algo genial? kkkkkkk
Enfim, o dilema de qual caminho seguir ainda me incomoda. O pior é que não sei mais quem sou.
Parece contraditório, mas descobrir q tenho tdah e dpac trouxe abacaxis enormes: conseguirei fazer o que aprendi a gostar sem me esgotar? O quê me interessa? Quais minhas habilidade? Meu esforço vai ser sempre deshumano? Vale a pena perder a saúde e ser uma boa profissional? Não, mas vale a pena se conformar com o tdah e não dar o melhor de si? Como aceitar desenvolver atividades abaixo de sua potencialidade? Por que minhas energias foram embora e deixaram em seu lugar doenças? Até quando terei q me adaptar a um estilo de vida que não é meu?
Como posso saber quem sou, se tenho que usar tecnicas para reduzir minhas deficiências? Ora, ninguém é só feito de qualidades.
É está mais que explicado porque não consigo dormir kkkk


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Quem é a Aline?

Hoje, depois de ter passado por um turbilhão de tensão no trabalho, me pergunto quem eu sou?
Estou feliz por ter realizado um trabalho digno da minha dedicação profissional e orgulhosa por ter saido vitoriosa no desafio de encarrar a escrituração fiscal de uma grande empresa (mesmo sem nunca ter feito isso antes).
Isso mostra que sou movida a desafios.
Por outro lado, me pergunto se o afinco e a garra que tenho seriam para provar que sou capaz...
Para resumir, posso dizer que minha vida se divide em quatro fortes estigmas: burra x inteligente; esforçada x preguiçosa.
Isto porque, na infância e adolescência (que representam mais da metade de minha vida) pensava que era burra e preguiçosa.
Mas, esse quadro foi radicalmente revertido quando comecei a fazer faculdade. Neste momento, troquei os velhos rótulos pela descoberta da minha inteligência e dedicação.
É engraçado, mas só agora, depois de separar minha vida em duas, que vejo o quanto a gente tende a pensar que a vida de antes era mais fácil... Realmente, se tivesse toda a bagagem e maturidade de hoje, o passado seria muito melhor.
Mas, a vida se faz do hoje e, por isso, acho que nunca terei uma resposta para a pergunta: quem é a Aline? Principalmente porque amanhã já serei outra pessoa.

"De volta aos trabalhos"

Ufa, como é bom voltar a escrever! Não é fácil conviver com a falta de energia, mas acho que aos poucos ela está retornando. Se não for isso é a ansiedade chegando kkkk
Fico impressionada com a minha inquetação mesmo quando estou sem bateria, simplesmente não consigo desligar... e quando surge um sinal de que esta começa a voltar já começo a pensar em mil coisas para fazer. É cômico.
Enfim, e"stou de volta aos trabalhos".

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A solidão como fuga do que os outros "SÓ LI DÃO"

Várias vezes meu marido me indaga porque tenho me isolado e lhe digo: porque estou cansada. Ele diz: mas saindo você distrai...
É engraçado, mas ultimamente tenho me distraio mais sozinha. Pois, sem ninguém por perto, posso observar o caminhar confuso da formiga, o canto das cigarras, os gestos dos passarinhos parados nos fios do poste na frente de casa, enfim, posso me dar o que quero: Paz.
É dificil querer estar num mundo em que a grande parte das pessoas SÓ LI DÃO problemas, reclamações, criticas, palpites, indiretas maldosas, alfinetadas...
Amo levar conforto, palavras incentivadoras, alegria e coisas boas para as pessoas. Mas, também gostaria de receber isso.
Quando interajo com o mundo e vejo o quanto ele está carente, acabo gastando o resto da minha energia para animar os outros. Resultado: exaustão e solidão.
Por isso lhe pergunto: a solidão não seria uma fuga ao que SÓ LI DÃO?

"Entre a vida e a morte"

Já faz alguns anos que me questiono, diariamente, sobre o meu verdadeiro limite (físico, mental e emoncional), principalmente o físico... e logo fico triste.
É parece que minha vida vai ser sempre essa confusão.
Quando era criança viva me frustrando na escola, mas era a verdadeira sensação nos esportes e brincadeiras, me sentia poderosa... meu corpo era incansável.
Hoje, qualquer tarefa me torna imprestável; escrever algumas linhas desse blog, fazer um tareco, uma faxina rápida, um bate papo de uma hora, me deixam em alerta vermelho. Me sinto definhando como se estivesse experimentando o suspiro final... é horrível. Tenho que ficar inerte por quase uma hora e, neste momento, responder ao meu marido que estou bem, se assemelha a escalar o Everest.
Mais uma vez a ausência total de energia passou... agora estou tentando descrevê-la e entender sua causa, preciso de ajuda, não sei quanto tempo vou conseguir me manter com ESPERANÇA.
Essa sensação de ter vivido mil anos, no curto espaço de uma hora, me intriga.
Todo mundo diz que passar por momentos entre a vida e a morte lhes fortalece... acho que é por isso que me sinto bem depois de cada crise dessas... sinto que Deus me deu uma nova oportunidade e me esqueço que logo logo ficarei de novo "entre a vida e a morte".
É, acho que a gente se acostuma com tudo nesta vida.

A magia da contradição

Bom dia! Pelo menos para mim que acordei há menos de uma hora kkk
Enfim, despertar e me sentir cansada já é rotina, mas quando consigo me energizar e desacelerar a mente já sinto uma grande vitória.
Como é bom estar em paz e porder se dar ao luxo de se tratar bem! Levantar a hora que quer, fazer tareco (também conhecido como panqueca) para degustar no seu café da manhã às 14:30... e o melhor tendo como trilha sonora um CD do Legião Urbana, QUE SONHO!
Não preciso nem contar que durante essa viagem derrubei várias coisas: água e pasta de dente na blusa, farinha no chão, cadeado da janela na pia etc. kkk
Resuminho, hoje é só mais um dia normal. kkk
Como sou feliz! Mas, para variar, a minha tentativa de esquecer a realidade do meu corpo cansado e fraco veio a tona na música Andreia Doria do Legião... aff acho que milagres não existem né.
Por outro lado, fico orgulhosa de saber que apesar de estar com a saúde debilitada ainda LUTO POR MIM! E se isso não é sinal de amor, o que poderia ser?
Só queria saber como uma pessoa com 31 anos pode ficar assim? Principalmente uma hiperativa...
Seria depressão? Mas é possível a coexistência desta com a felicidade? Não sei, acho que isso será uma tarefa para o meu querido psiquiatra sábado. kkk

Andrea Doria - Legião Urbana

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O que é processamento auditivo.


Documentário: Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo (parte 3)


Documentário: Não sei fazer issso, mas sei fazer aquilo( parte 2)


Documentário: Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo.


Eita tdah...

Vocês acreditam que antes de enviar as duas postagens de hoje estava vendo um documentário do blog "café com dda" e agora que vou sair do computador (quase uma hora depois), ao fechar as páginas, que me lembrei de ter interrompido o vídeo...
Eita vida de tdah kkkkkkkkkk
Ah, os vídeos que estava assistindo são os três acima: "não sei fazer isso, mas sei fazer isso".

A imaginação

Vejam como a procrastinação e falta de foco nos enlouquecem. Nesta segunda-feira, quando deitei para dormir, "minha cabeça começou a funcionar" (expressão muito utilizada pelo meu amado marido kkk). Então, para não perder minhas ideias as anotei num papel para postar no blog no dia seguinte, ou seja, terça-feira kkkk
Hoje, quarta-feira, vejo que já escrevi duas postagens desde segunda e me esqueci de enviar a do meu papelzinho amarrotado e cheio de rasuras kkk
Então vai ele: "De dia sonho acordada e à noite meus sonhos não me deixam dormir. Acho que somente durmo quando não percebo nada, o que quase nunca acontece. Se sonhos e pesadelos são fruto da imaginação, está explicado porque os tdah não dormem bem: a imaginação não nos acompanha só de dia."

Amizades e tdah/dpac

De fato, semelhante atrai semelhante. Meu núcleo de amizade sempre foi pequeno, mas profundo. Hoje percebo que sempre me envolvi com pessoas corajosas e guerreiras... mas, essa não era a visão das pessoas que nos cercavam... muitos eram taxados de inadequados, pois se negavam a seguir o modelo sem cor imposto pela sociedade. E acho que isso nos unia.
Essa luta diária pelo direito de ser diferente nunca foi só minha, cada um tinha a sua. E como eramos felizes assim... adorava o bom humor deles e eles a minha palhaçada.
É uma pena que essa vida de adulto tenha levado cada um para um canto, mas ainda mantemos contato e pelo que vejo alguns de nós, inclusive eu, se acorvadaram e tentaram se encaixar em moldes padronizados... é triste e exaustivo. Por isso, AMIGOS, os convoco para a reunião de nosso velho batalhão a fim de derrotarmos JUNTOS as batalhas diárias e vencer a guerra!
Quem está dentro?

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Escravidão moderna

Acho que tudo na vida tem uma lição... mas, devo admitir que como uma boa portadora de tdah sempre fugi de deveres de casa. kkk Contudo, cedo ou tarde, temos que enfrenta-los ainda que seja só para passar de ano. 
Ás vezes me pergunto porque o mundo está tão exigente... será que essa obsessão por ser vitorioso em tudo faz sentido? Devemos ser bons profissionais, filhos, companheiros, pais, amigos e não se esqueçam que isto deve estar num pacote apresentável, bem vestido e com excelente aparência! É uma comédia! Ou será que é uma nova modalidade de escravidão?
Ser constantemente lembrado/cobrado de resultados financeiros, amorosos e de popularidade é ser livre?
Hoje, depois de ter aprendido a lição (pelo menos por enquanto kkk), posso dizer que a resposta é depende. Sim, depende se você tem coragem suficiente para não ser o que esperam que seja... depende se vai assumir não ser perfeito em voz alta (porque em nosso íntimo sabemos disso) ... depende se conseguirá se aceitar do jeito que é. Portanto, todos sabemos que a escravidão velada está presente nos tempos atuais, mas a diferença é que agora podemos escolher se queremos livres. Também sei que não há liberdade real sem ajuda. Ora, sabemos que a assinatura da Lei Aurea não garantiu a verdadeira liberdade, pois nossas necessidades básicas somente são adquiridas com dinheiro. O mesmo acontece com a gente que tem tdah, para seremos livres precisamos de ajuda especializada. Sem o auxílio de psicólogos, fonoaudiologos, psiquiatras, não conseguimos "nadar sem morrer na praia"... entendem? Realmente a escravidão pode ser uma questão de covardia, mas também pode ser falta de opção.
Atualmente, tenho recebido muita colaboração dos meus "abolicionistas", ou melhor, especialistas e com eles sei que posso ser livre; não é fácil... mas, tenho consciência que somente as revoluções e busca por ideais são capazes de romper barreiras e criar uma nova situãção.
Ai você poderia me questionar e dizer: mas o que é ser livre?
Com toda franqueza iria lhe responder: para mim liberdade é sinônimo de aceitação. Aceitar quem somos é o passo mais importante para maximizarmos nossas qualidades; e perceber a relevância dessas superações, sejam elas valorizadas ou não pela sociedade, é LIBERTADOR!

domingo, 28 de outubro de 2012

O poder da fé

Sentir a presença de Deus e aceitar seus desígnos, mesmo sem entender, nos liberta. Sentir-se digno de pedir a intercessão do Espírito Santo, Jesus e Nossa Senhora restaura nossas forças. Saber e sentir que nossa missão está no amor e na alegria é como voltar enxergar sem sequer ter sido cego... por isso, a expressão "vigiai e orai" faz todo sentido.
De nada adianta ter fé e não cuidar dela...Mas, sem perceber, a abandonamos em alguns momentos. E quando reencontramos está fraca, precisando de cuidados.
Fazê-la reflorecer exige muita dedicação, mas seu fruto é o que mais se aproxima da PAZ DE ESPÍRITO. Com esta nos sentimos imbatíveis, é como ressucitar nossa essência...
Por isso, só podemos dizer que temos fé, independentemente da religião seguida, se ela nos torna pessoas melhores. É essa missão de qualquer ser: EVOLUIR!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A felicidade está na desgraça alheia?

Não sei, às vezes meu jeito de pensar fica só na minha cabeça... não dá pra agumentar com as pessoas que são felizes ou se sentem obrigadas a ser, por não ter problemas tão graves como os do vizinho. Ai pergunto: a felicidade está na desgraça alheia? Entendo que NÃO!
Como vamos ficar contentes ou minimizar nossa dor pelo fato de outra pessoa sofrer mais?
É acho que sou de outro mundo... a tristreza de qualquer ser me comove, mas não me sinto melhor por não ter o mesmo problema.
Minha felicidade está em MIM! Sou a única responsável por ela e isso me deixa tranquila, pois a alegria de viver é meu sobrenome... algumas pessoas têm confundido minhas lágrimas com ingratidão e isso é triste... Amo minha vida, tudo que sou e tenho... as lágrimas são apenas um pedido de SOCORRO...
Tenho me isolado para conter meu grito de dor e para não brigar pelo meu direito de não gostar de ficar fraca, zonza, sem energia, de ter diarréia, enfim, não é agradável ficar anos sem entender porque seu corpo resolveu deixar sua alma... é como se ele não fizesse mais parte de mim... e isso me faz chorar...
Por outro lado, minha alma está serena e feliz, me reencontrei... e sei que, em breve, meu corpo também irá se reencontrar.
E por tais motivos me questiono se algum dia mais pessoas se darão conta de que todos sofrem, por diferentes causas, mas sofrem. Será que notarão que a dor não irá diminuir só porque a conta bancária da sua família é maior que a de algumas?
Porque as pessoas associam as conquistas ou bençãos à perda do direito de sofrer?
Dizem: tem muita gente que passa fome; engula o choro. O que tem a ver uma coisa com a outra?
Frases feitas realmente não tem vez no meu mundo criativo e observador... para mim, ver a grama do vizinho morta significa que ele está precisando de ajuda e não de alguém que lhe aponte outra grama em estado pior que a sua...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Re CLAMAR...

Realmente, tenho que concordar com a minha amada torturadora, ou melhor fonoaudióloga, quando diz que reclamo demais. kkkkkkkkk Hoje, além de me torturar por uma hora com exercícios que fazem meu cérebro literalmente entrar em parafuso, vem ela com aquele sorriso e diz: nossa Aline como vc reclama de barriga cheia! Sei que ela faz isso só para me irritar, afinal ela adora me deixar confusa kkkkkkkk
Brincadeirinha viu Dra.; é que quando me disse para não comentar no blog sobre a "tortura" que faz seus pacientes passarem não aguentei... já viu né: juntou a fome com a vontade de comer kkkkk
Deixando de lado as brincadeiras, devo dizer que esse tratamento me ajuda muito. Não vou dizer que é fácil treinar seu cérebro a fazer coisas que ele odeia: ouvir corretamente, processar a informação sem danificá-la, memorizá-la e (principalmente) NÃO SE DISTRAIR DURANTE esse processo. Mas, também não posso esqueçer dos momentos lúdicos que tenho no consultório... como damos risadas, além de carrasca, minha fono tb é muito bem humorada kkkkkk e a secretária dela é um amor de pessoa. Adoro elas!
Enfim, são esses tipos de experiências que nos engrandecem e levam a gente para frente. Hoje, por exemplo, percebi mais uma grande evolução: minha memória curta melhorou muito... mas, claro que já no terceiro exercício estava exausta kkkkkk E não vem dizer que estou reclamando viu Dra.! kkkk
Falando em reclamar, fiquei pensando no signifcado da palavra e posso dizer com toda certeza que mais RE CLAMO algo que de algo... entenderam? Acho que qualquer pessoa incompreendida mais CLAMA por alguma coisa, que reclama de algo. Clamamos por AJUDA... e isso é triste. Não sei se as pessoas que os cercam também tem mania de achar que a solução dos problemas está no trabalho e dedicação; que o tdah é frescura e desculpa para ser tão cansada...
Por isso, CLAMO e se tiver que fazer isso mais de uma vez vou RE clamar, e depois RE RE clamar...
Imaginem se eu dizendo que não estou bem (o que se nota nitidamente, até pela minha aparência) as pessoas não acreditam... isso é pq Deus me abençoou com a alegria de viver e quando começo a sentir que, embora feliz, não esteja vivendo: RE CLAMO SIM!



domingo, 21 de outubro de 2012

Somos Todos Diferentes - Filme Completo


O AMOR...

Deus nunca nós dá um fardo que não podemos carregar, nem que para isso lhe envie ANJOS encarregados de ajudar...
E foi exatamente isso que aconteceu em minha vida... conheci um rapaz que tinha medo de se aproximar de mim por me achar IGUAL... na mente dele eu era uma menina metida que jamais ia querer algo com alguém sem riquezas mundanas... Depois da operação cupido de uma grande amiga minha ele se surpreendeu e se apaixonou justamente por eu ser DIFERENTE!
Sim, sou diferente. As preciosidades para mim são as emoções puras e verdadeiras e a grande capacidade de amar. E, por isso, gosto de homens ricos sim, mas essa fartura deve ser no ser e não no ter!
Serei eternamente grata por encontrar alguém que enxerga meu coração e ama meu jeito de menina... e tb por essa pessoa, que é o meu marido, me amar até nos momentos em que nem eu me amva...
É quantas vezes me acompanhou em médicos e se privou de suas coisas para me apoiar... quantas vezes teve paciência e, sorrindo, me ajudou a limpar a sujeira que fiz por ter derrubado algo... quantas vezes ignorou minhas explosões de raiva... quantas vezes chorou comigo...
Ter ao seu lado uma pessoa que lhe acompanha em todos momentos, felizes ou não, é uma benção.
E se ser diferente foi o que nós uniu... então viva as diferenças!



sábado, 20 de outubro de 2012

O preço da armadura

Desde quando comecei a luta pelo reencontro de minha espontaneidade (há uns dois anos), esbarro no estrago que o peso de minha armadura deixou em meu corpo... Recuperar minha alma tem sido menos trabalhoso que recuperar meu corpo. É, o uso de uma roupa mais pesada que meu limite físico (que não é pequeno) está cobrando seu preço e, devo dizer: não é barato...
Meus olhos teimam em querer fechar, minha cabeça inventa de girar, meu coração sempre dá um jeito de acelerar e minhas pernas em parar... enfim meu corpo faz de tudo para se entregar.
Por outro lado, o brilho, a imensa vontade de viver e minha eterna criança teimam em sacudir.
Dessa guerra estranha e confusa tirei, ao menos, um ensinamento: nós mesmos criamos nossas correntes e às vezes até nos fazemos prisioneiros em troca da aceitação alheia.
Mas está tudo errado! Somos nossos carcereiros, e depende da gente dar um basta nas espectativas irrerais e desleais criadas e impostas.
Chega!
Cansei de ser compreensiva e não ser entendida... estou farta de encontrar pessoas que nunca me enxergam por ser impossível ver alguém quando se anda olhaando para baixo, pro próprio umbigo! Chega de levantar a cabeça e ouvir lamentações desproporcionais sem poder dizer: também não estou bem!
Hoje estou tentando vender minha armadura, alguém quer comprar?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Dúvida cruel: devo sair do armário?

Tenho me perguntado se devo assumir para os amigos e familiares que tenho tdah... não sei se o "crime" vale a pena. Acho que primeiro tenho que decidir se quero compartilhar algo tão pessoal e complexo... Até porque se eu contar vou passar por um interrogatório e isso será doloroso... relembrar situações embaraçosas e humilhantes, tão bem guardadas que fingo ter esquecido, não será fácil.
Por isso pergunto: é necessário?
Precisamos mesmo dar satisfação de tudo que fazemos na vida? Isso vai me ajudar? Pode ser que sim, mas no momento vejo mais aspectos negativos que positivos. Não quero ser rotulada, e isso provavelmente irá acontecer... alguns irão achar que é uma desculpa por não ter passado no concurso para magistratura, outros que sou mimada (filhinha do papai) e os que sempre me aceitaram com ou sem o diagnóstico vão pensar: isso faz muito sentido... e conhecendo a Aline sei que irá enfrentar bravamente essa nova fase... E foi exatamente isso que uma grande amiga me disse: Aline vai precisar ser valente de novo! Agradeço muito a ela, posso dizer que mais uma vez Deus me abençoou com uma amiga tão especial... é engraçado, mas mesmo sem dizer ela sempre soube das minhas lutas, e sempre me incentivou a encará-las... a sensação que tenho é que perto dela minha cabeça fica transparente e ela consegue ver tudo que se passa lá. Por isso, gostaria de agradecer publicamente a essa grande amiga chamada CRIS C. OBRIGADA POR SER UM ANJO EM MINHA VIDA!
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Dá pra entender? kkkk

Como a vida é engraçada. Hoje estou me sentindo muito fraca e cansada, mas feliz... como assim vcs podem perguntar? É feliz e a palavra chave desta alegria é PERMIRTIR... me permitir errar, cansar, esquecer... enfim, me dar a chance de ser mais falível e humana.
Há anos fui um robo... tentei ser o q não era... (opa... acho que estou exagerando de novo... kkkk)mas, também descobri uma força imensa em mim e em Deus!
A questão é: fiz Direito não só por ser uma carreira respeitável de pessoas supostamente inteligentes com roupas lindas...kkk mas, também, porque sou apaixonada pelo que ele pode fazer... como diria meu irmão: sou a defensora dos injustiçados (tudo bem que ele fala isso rindo kkkk).
Mas, eu sou assim: pura emoção!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

“Mas é claro que o sol vai voltar amanhã”


Hoje depois de chegar do trabalho, liguei uma música relaxante e troquei de roupa, depois fiquei deitada comendo amoras... fiquei  feliz por me reencontrar mais um dia. São estes momentos simples que me tocam e tranquilizam. Depois fui caminhar e consegui esquecer o mundo ao redor, só olhava para os coqueiros da rua admirada com sua beleza, balançava minhas chaves nas mãos e sentia a brisa em meu rosto... isso me dá uma liberdade. Conseguir andar sem me distrair pelos olhares, barulhos, imaginação etc... às vezes consigo ter estes momentos únicos... é como encontrar-se com Deus... o silêncio interior.... algo tão difícil para uma tdah, mas tão prazeroso.

Chegar em casa e continuar ouvindo o mp4 e deixar o corpo movimentar sem sentido.... aff como é bom... acho que serei uma eterna criança, por outro lado, fingir ser adulto me torna triste e exausta. Simplesmente não me encaixo... queria poder me sustentar fazendo isso: ser criança! Tenho me perguntado muito sobre minha vocação e hoje percebi que ela com certeza é ser livre/criativa, mas com a alma de uma criança que se emociona facilmente e tem uma sede enorme em descobrir o mundo da bondade e não o da crueldade.

“Quero me encontrar, mas não sei aonde estou, vem comigo procurar um lugar mais calmo, longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita, tenho quase certeza que eu não sou daqui...Deixa ver como viver é bom.” Legião Urbana.

Continuando...

Após este longo período de desgaste mental, hoje a falta de energia que predomina em minha vida... Claro que mesmo assim tenho dificuldade em ficar parada.... Mas, em meados de 2011 comecei a enxergar um luz no fim do tunel: conheci uma senhora muito especial chamada Dáurea que me fez ver a vida com mais leveza e cuidar melhor dos meus pensamentos... o que é muito difícil kkkk A energização, a fé em Deus, Nossa Senhora, Jesus, São Judas Tadeu, enfim, a FÉ, me ajudam muito! Sai da depressão causada pela falta de forças e comecei a tentar mudar o foco de meus pensamentos. Não pensem que foi fácil, pois não foi... imagine uma pessoa desconcentrada e com a mente a mil por hora alterar a forma de pensar... contudo, o tdah tb é muito persistente e com a ajuda de tal qualidade que até hoje encaro este luta diária de titãs.
Outra ajuda muito importante foram os profissionais que entraram nesta batalha: meu psiquiatra e minha fonoaudióloga. Estes conseguiram ver uma parte de mim que por anos tinha tentado esquecer... Logo perceberam a armadura que criei por questão de sobrevivência social e acadêmica. E, pela primeira vez na vida não me senti culpada por dizer que tinha dificuldade em me concentrar; pelo contrário, logo eles viram que eu mais escondia meu sofrimento que o fazia de muleta. Tentam me fazer enxergar que eu tenho limites e que se as pessoas não entendem a redução de meu trabalho, por questão de saúde, o problema está nelas e não em mim.
Agradeço a Deus por tê-los colocado em meu caminho, pois sei que assim poderei lidar melhor com minhas limitações invisíveis.
Outra pessoa fundamental e indispensável é o meu marido. Ele desde que começamos a namorar sempre buscou levantar minha autoestima acadêmica e brincar, sem saber com os sintomas do tdah e dpac. Falava: sua cabeça funciona hein! Ria do meu jeito desastrado (no primeiro dia que saimos juntos ele já me viu derrubando coca- cola e bolo na minha perna kkk; tinha paciência nos momentos de descontrole emocional, quase diário;  admirava minha energia e garra nos esportes - eu era o seu motorzinho. Aos poucos ele me ensinou, com a paciência de um monge, a me organizar (mesmo que por períodos pequenos), acreditar em mim, pensar antes de falar etc. É o amor faz milagres! kkk

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Apresentação

Ser ou não ser eis a questão...
É enfrentar os obstáculos do tdah e dpac (defict do processamento auditivo central) não foram os únicos em minha vida...
Hoje, sou adulta tenho 31 anos e há uns três anos atrás recebi o primeiro diagnóstico de tdah, mas o médico disse que estava curada. Foi um momento muito confuso. Primeiro ele diz leia o livro mentes inquietas e eu faço isso e me identifico quase 100%, parecia um raio x de minha vida desde a infância e, depois na outra consulta ele fala: "vc realmente teve tdah, mas está curada, pois formou em direito, fez duas pós-graduações, passou em alguns concursos públicos". Só que ele simplesmente se esqueceu pq eu o tinha procurado: insônia e exaustão. Realmente, não poderia ter tdah e não ter energia não é? Minha psicóloga dizia o mesmo vc sofre é de ansiedade, não tem tdah; até pq: se vc conseguiu fazer tudo isso é pq não tem tdah.
Confesso que fui responsável por estes diagnósticos, pois ao longo dos anos de minha vida fui criando uma nova Aline, estava cansada de ser o patinho feio, a menina explosiva e burra, sempre alheia ao que acontecia ao seu redor...
Por isso, na faculdade decidi que iria ser uma boa aluna e que ia conseguir a todo custo entender o que os professores diziam, nem que fosse preciso anotar tudo q eles falassem. E foi isso que fiz, sentava na primeira carteira e, mesmo sem ter noção do que escrevia, anotava tudo que era dito. Era horrível, mas eu estava determinada a seguir meu plano; imaginem assistir uma aula sem entender quase nada e nem saber sobre o que o professor falava. Muitas vezes no intervalo das aulas alguém me perguntava o que o professor tinha dado e eu desconversava... Só ia entender melhor quando lia as anotações em casa. E foi assim por longos 5 anos até eu me formar: ufa consegui! Mas neste período tb ganhei outras coisas: ansiedade generalizada (me tornar ansiosa foi uma estratégia para não ficar muito avoada e não esquecer coisas importantes); gastrite (com direito a internação no hospital por dois dias, em razão do estress); labirinto patia (todo final de ano sentia tontura); fiquei rouca no último ano da faculdade; esgotamento físico e mental; fim da vida social - minhas energias eram esgotadas nos estudos...